Se há uma fase em que os adultos aprendem mais do que nunca, é quando nos tornamos pais. Os filhos nos impulsionam por inércia a avançar e nos superar dia a dia. E se seus filhos, mais de uma vez, lhe fizeram perguntas que você não soube responder, leia isso, porque este artigo é para você.
Como mãe de uma menina e um menino pequenos, minha cabeça não tem descanso. Suas ocorrências são infinitas e sua sede de conhecimento me surpreende e me enche de orgulho. Tenho dois papagaios falantes em casa, que nunca param de perguntar, e embora nem sempre tenha todas as respostas, tento fazer com que sua curiosidade seja preenchida.
Filho, estou ouvindo
“Mamãe, por que o sol brilha?”, “Por que fica de noite?”, “Quantos anos tem o planeta?”, “Por que minha irmã nasceu primeiro?”, “Por que tenho a mesma cor de olhos do papai?”. E poderia continuar dando muitos exemplos.
Sempre escuto suas perguntas como uma possibilidade infinita de ensinar-lhes sobre a vida. Nem sempre tenho as respostas, claro, mas quando isso acontece sempre prometo ajudá-los a desvendar suas dúvidas.
Se há algo que jamais devemos fazer como pais, é silenciá-los quando perguntam, ou dizer-lhes que deixem de “ser curiosos”. Não esqueçamos que as crianças fazem perguntas porque são naturalmente assim. Perguntar é sua forma de conhecer o mundo que os rodeia.
As 4 perguntas que valem um milhão
Se tiver filhos, já se pegou mais de uma vez sem saber o que responder a certos questionamentos. Quando isso acontece, você pode dizer frases como: Deixe-me pensar para poder explicar melhor para você, e assim ganhar tempo para poder dar a melhor resposta.
Compartilho, aqui, as quatro perguntas mais comuns que as crianças fazem, e uma série de ideias que se pode adotar para respondê-las. Use sua intuição, sua lógica e imaginação. Seja claro em suas palavras e não forneça certos detalhes incompreensíveis para suas idades. Palavras à obra!
1 “Por que Deus permite que coisas ruins aconteçam?”
Quando a minha filha me interrogou sobre esta questão, devo dizer que fiquei calada por uns segundos. Não esperava isso, embora admita que abriu um diálogo enriquecedor e encorajador em nossa família.
Para responder a esta preocupação de muitas crianças, temos de ser francos, muito claros, pois, por vezes, nem os adultos têm uma resposta certa. Deus não ignora nossa dor e sofrimento, mas está ali para nos ajudar a carregar nossa cruz. As coisas más que acontecem na nossa vida sempre nos ajudarão a compreender muitas coisas e a crescer.
O importante é explicar aos nossos filhos que os caminhos de Deus nem sempre são como esperamos. Às vezes, é necessário passar por certas dores e sofrimentos, pois é o que nos fará crescer. Por mais difícil que seja compreender, temos de ter fé nisso e ensinar os nossos filhos a desenvolverem a deles.
2 “Como cheguei ao mundo?”
Quais pais não passaram pelo crivo inquisidor desta pergunta? Embora estejamos nervosos e não saibamos o que responder, é bom estar preparados para enfrentar este questionamento com total naturalidade.
De acordo com cada idade, os pais podem responder de forma clara e simples. Uma criança com menos de 7 anos, por exemplo, ainda não está preparada para enfrentar respostas com conteúdo sexual, mas, sim, para entender que o corpo dá e recebe amor, ao ver seus pais abraçarem-se, darem-se carinhos e sendo carinhosos.
Quando os meus filhos me perguntaram, disse-lhes que para que um filho chegasse ao mundo devia haver intimidade entre um homem e uma mulher. Sem dar detalhes, eu lhes disse que a “mamãe e o papai tinham dado um abraço muito forte carregado de amor, e que uma semente que papai tinha se uniu a uma da mamãe, e assim foi crescendo o bebê dentro do ventre”.
Os pais podem usar a metáfora que quiserem, mas, em tempos em que a informação corre nas redes como rastro de pólvora, é melhor que eles tenham a informação de primeira mão através dos pais, e não através de um amigo ou do Sr. Google.
3 “Por que as pessoas que amamos morrem?”
Quando as crianças descobrem a morte pela primeira vez, todo um mundo de perguntas se abre diante delas. É habitual que nossos filhos comecem a manifestar temores a respeito da morte, e que comecem a fazer perguntas a respeito dela quando morre algum ser querido da família.
A morte é uma parte natural do ciclo da vida, e assim há que explicá-la às crianças. A Fé pode ser nosso bastão de apoio para ajudá-las a compreender que nosso corpo é o recipiente da alma, e que depois desta vida nos encontraremos com Deus.
Ao falecer algum ancião na família, é importante explicar a nossos filhos que ele partiu em paz, para que se imprima em sua mente a ideia de descanso e não de temor. Ajudemos nossos filhos a alimentar essa fé na vida após a morte, para compreenderem, com calma, o milagre da vida.
4 “Por que não temos dinheiro?”
Parece uma pergunta simples de responder. Mas, agora, coloque-se no lugar de uma criança que quer saber por que ela não tem uma piscina, como seu amigo, ou por que não pode ir de férias à praia todos os anos, como sua vizinha.
Podemos responder a essa pergunta dizendo “Porque não”. Ou podemos ir mais longe, e encorajar nossos filhos a lutarem por um sonho familiar. Não devemos lhes transmitir mensagens de derrota dizendo, “somos pobres ou “nunca poderemos comprar”. Podemos aproveitar este tipo de preocupação e começar a montar um plano financeiro familiar para alcançar as metas.
Então, quando seu filho perguntar “por que não temos dinheiro”, você pode mostrar-lhe tudo que ele tem, em vez de apontar para o que está faltando. Ao mesmo tempo, poderá ensiná-lo sobre o valor da poupança, do trabalho e do esforço.
Nunca deixe uma pergunta sem resposta
Seus filhos confiam em você, e não há nada mais gratificante que uma criança se sentir livre para perguntar qualquer coisa a seus pais, pois isso demonstra plena confiança. Não deixe que isso se perca. E agora me diga, que outra pergunta seu filho lhe fez hoje?
Fonte: Familia.com.br
(https://www.familia.com.br/4-perguntas-que-as-criancas-fazem-e-que-os-pais-nem-sempre-sabem-responder/)