Assim como observado em adultos, a obesidade infantil é atualmente objeto de estudo e já vem sendo considerada uma pandemia.
Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a cada 10 crianças obesas, oito permanecerão acima do peso na idade adulta e até 2025 deve-se chegar à marca de 75 milhões de crianças obesas no mundo.
Contra isso, incentivar dieta para crianças é a solução mais recomendada.
Mas o maior desespero dos pais é conseguir que o filho siga uma alimentação saudável e coma de tudo, incluindo frutas e legumes.
“Via de regra, a reeducação alimentar é o fato valorizado e apontado como o caminho a ser seguido para o enfrentamento da obesidade infantil”, ratifica a psicóloga clínica e psicanalista Nelia Mendes, do Espaço Sollare.
No entanto, uma dieta encontra muita resistência por parte das crianças.
Seja em consequência dos apelos publicitários de comidas nada saudáveis, seja em razão da própria rotina familiar à mesa.
“A criança tende a adotar e reproduzir hábitos alimentares que estão constituídos na família.
É oportuno pensar então sobre os significados e usos que cada família dá a comida e ao ato de alimentar-se”, recomenda a psicóloga.
Dieta para crianças envolve a família
A especialista do Espaço Sollare reforça que a indicação primeira de qualquer programa de controle a obesidade é a reeducação alimentar.
Dieta para crianças, quando introduzida aos pequenos, deve sempre contemplar uma mudança e adesão de toda a família. “Não se modifica hábitos de uma criança sem mudar os costumes da família”, diz Nelia Mendes.
A especialista reitera ainda que o discurso dos pais deve estar em consonância com o comportamento, senão será promotor apenas de maior mal-estar e resistência.
“Nada adianta, oferecer uma dieta para as crianças a e diante dela consumir alimentos ricos em gorduras e carboidratos”, orienta a psicóloga.
Os pais e responsáveis devem ter em mente que se fazer dieta quando se é adulto já é difícil, para crianças é mais ainda.
“Promover passeios ao ar livre, realizar atividades coletivas, disponibilizar-se para o preparo de alimentos e o apoio a seus filhos que já enfrentam o desafio da obesidade infantil são aspectos fundamentais”, reforça a psicóloga.
Apoio à dieta para crianças
Além de uma consulta ao pediatra é fundamental antes de começar uma dieta para crianças.
“O médico é fundamental na definição da meta de perda de peso, pois crianças e jovens ainda estão em fase de crescimento e não podemos avaliar a meta de peso saudável da mesma forma que fazemos com um adulto”, explica Matheus Motta, nutricionista do Vigilantes do Peso.
Segundo o especialista, as maiores dificuldades relatadas e observadas pelo público de 10 e 11 anos são:
- as festas frequentes com guloseimas;
- as saídas com grupos de amigos;
- os fast foods;
- falta de ajuda da família, já que muitas vezes avós e babás cuidam das crianças porque os pais trabalham o dia todo;
- preguiça de fazer atividade física (hoje os jogos de celular/tablet são mais interessantes).
Baseada na observação destas dificuldades, o Vigilantes do Peso criou um programa direcionado a jovens entre 10 e 17 anos, mediante a autorização do responsável e do médico.
“No material educativo Comer, correr e brincar mostramos que o papel do adulto é fundamental para que as crianças aprendam a fazer escolhas alimentares saudáveis e de atividades físicas.
Apontamos alguns alimentos que são mais saudáveis e como montar uma refeição ou uma lancheira ideal para crianças e jovens”, explica o nutricionista do Vigilantes do Peso.
Apoio terapêutico através de psicólogos também são bem-vindos para fazer com que uma dieta para crianças obesas não vire um grande obstáculo.
Fonte: A Revista da Mulher