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Obrigar a comer ou não?

Obrigar a comer ou não?

A regra geral deve ser sempre esta: nunca obrigar uma criança a comer! Ou seja, a resposta à pergunta que não sai da cabeça de muitos pais que têm filhos que são problemáticos na hora de comer é – não! Na verdade, obrigar uma criança a comer pode vir a causar problemas futuros, nomeadamente no âmbito dos distúrbios alimentares (por exemplo: bulimia ou anorexia), para além de problemas de índole psicológica. Da mesma forma, ameaçar e castigar por não comer é inútil. Uma criança que se alimente por medo de um castigo estará a desenvolver outros problemas que podem ter consequências sérias no futuro. Pense assim: a relação com os alimentos deve ser saudável e prazerosa… mesmo para as crianças!

 

Se não posso obrigar, o que faço?

 

Agora, se retirarmos das soluções possíveis a coação e o castigo, que soluções nos restam perante um problema tão dramático? A solução mais comum passa por uma estratégia muito simples que pode resolver por si só muitas situações deste gênero: em vez de obrigar a criança a comer, experimente evitar que coma em determinadas horas, ou seja, antes das refeições por exemplo. Para muitas crianças, este é um remédio milagroso. Se os pais ou educadores tiverem o cuidado de não dar à criança qualquer alimento num determinado período de tempo antes das principais refeições, as probabilidades da criança ter apetite e fome na hora de se sentar à mesa são bastante maiores, o que irá evitar as batalhas habituais. Obviamente, esse “tempo de jejum” deve ser cuidadosamente decidido e de acordo com vários fatores, nomeadamente a idade da criança, o seu estado de saúde, a distância temporal para a refeição anterior, etc.

 

9 truques para evitar ter de obrigar as crianças a comer

 

- É fundamental manter um horário regular das refeições e respeitá-lo de forma escrupulosa. O “relógio biológico” da criança permitirá assim que ela chegue com apetite à hora da refeição.

 

- Se a missão é deixar de obrigar/ameaçar/castigar as crianças porque não comem, já sabe que os primeiros dias não vão ser os mais fáceis, por isso, evite também colocar as expectativas demasiado altas. Comece por poucas quantidades, elogiando a criança sempre que coma tudo (mesmo sendo pouco). Todos os dias, vá acrescentando um pouco mais para que a criança – e o seu estômago – se vá habituando a esta nova rotina alimentar. Neste sentido, outro truque pode passar por usar pratos e taças mais pequenas na hora de servir as crianças. Já sabemos que, com a pequenada, passos pequenos e ponderados são mais seguros que passadas grandes e precipitadas.

 

- Diz-se que é preciso uma criança experimentar 5 vezes um alimento antes de poder dizer efetivamente se gosta ou não – torne isto num jogo, desenhando numa folha de papel os diferentes alimentos que querem experimentar, com 5 quadradinhos à frente de cada um para a criança ir riscando. No que toca às crianças, ensinar a brincar normalmente resulta muito bem!

 

- É igualmente importante respeitar os gostos da criança e evitar insistir para que ingira alimentos em relação aos quais manifesta clara aversão; há sempre alimentos alternativos e muitos super alimentos por onde escolher!

 

- Permitir à criança uma sobremesa saudável no final da refeição, é um truque tão válido como qualquer outro! Pode e deve ser usado para assegurar que a criança termine a sua refeição – assim, ela aprenderá que a refeição é composta por várias partes, todas estão interligadas e são inseparáveis, ou seja, todas têm a sua importância! Daí que os pais não podem vacilar quando dizem que a criança só terá sobremesa se comer a comida! É para cumprir, custe o que custar…

 

- Para as crianças que demonstram aversão à fruta e/ou não gostam particularmente de legumes, há uma forma fácil e deliciosa de contornar estes problemas: batidos e smoothies! Lembre-se que, por vezes, apresentar os alimentos de uma maneira diferente ou divertida é o suficiente para evitar uma guerra à mesa.

 

- Envolver a criança, desde cedo, na ida ao supermercado ou à frutaria, na escolha de alimentos saudáveis que depois vai ajudar a preparar e cozinhar, é meio caminho andado para fomentar na pequenada o gosto pelos alimentos, pela cozinha e pelo ato de comer bem.

 

- Façam das horas de refeição, uma hora de família e diversão à mesa, privilegiando a conversa e a boa disposição, evitando distrações como a televisão, tabletes, telefones ou computadores.

 

- Os adultos também devem dar o bom exemplo: evitando petiscar entre as refeições e comendo o mesmo que a criança à hora da refeição.

 

Fonte: Pequenada