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Ortopedista explica se crianças podem usar sapato de salto alto

 Ortopedista explica se crianças podem usar sapato de salto alto

Os sapatos de salto fazem sucesso tanto pela estética quanto pelo ganho de alguns centímetros na altura. E crianças e adolescentes podem manifestar interesse em usá-los muito cedo. Mas a prática deve ser orientada pelos responsáveis e levar em conta alguns parâmetros que indicam o melhor uso.

A ortopedista infantil Daniella Dantas de Oliveira explica que, ao utilizar um sapato de salto, o centro de gravidade de uma pessoa muda, e o corpo precisa fazer alterações mecânicas para compensar essa mudança. No caso dos adultos, há estudos que indicam que um salto de oito centímetros desloca o peso do corpo em até 80% para a parte da frente do pé, o que pode causar uma sobrecarga nos joelhos, dores crônicas nos pés e até uma hiperlordose, uma deformação na coluna.

Essa sobrecarga também ocorre em crianças que desenvolvem o hábito de andar na ponta dos pés. Outro caso comum se dá nas sapatilhas de ponta de balé, que deslocam o peso do corpo para a região. Os ortopediatras recomendam atenção aos responsáveis pelas crianças que praticam esse exercício.

Já no caso dos adolescentes, é preciso analisar alguns parâmetros do crescimento da cartilagem e dos ossos. Para as meninas, o fechamento deste crescimento acontece perto da primeira menstruação, mas as idades variam em média entre 13 e 16 anos.

"O salto de até três centímetros, com uso esporádico, não diário, poderia ser algo não prejudicial, já que temos pouca mudança do eixo gravitacional e, dessa forma, poucas adaptações. Também deve-se respeitar a fisiologia da criança, ou seja, respeitar que a estrutura óssea é mais frágil que a do adulto e ainda está em formação", explica a ortopedista.

Daniella também reforça a importância de levar em consideração o uso do salto alto pelas crianças e adolescentes e buscar entender de onde vem esse desejo.

"No mundo em que vivemos, de redes sociais e digital influencers, esse tema deveria ser trabalhado com pais, professores, pedagogos, psicopedagogos, psicólogos, pediatras e ortopedistas infantis para que se chegue a um equilíbrio, sempre priorizando o bem estar físico e mental da criança."

Fonte: DELAS-IG